O espaço urbano escolhido pelo grupo para ser analisado foi o Edifício Copan. Sobre o arquiteto que projetou o prédio, Oscar Niemeyer, dizem os especialistas que ele sempre foi um profissional visionário. Por toda essa capacidade de antever os tempos que viriam (o Copan foi projetado na década de 50), o arquiteto pensou um projeto que até os dias hoje não foi superado.
A princípio, por se tratar de um edifício residencial, imagina-se que somente os moradores o frequentem. Contudo, devido ao projeto de Niemeyer no qual integra um centro comercial no térreo do prédio, circulam, em média, cerca de 1.200 mil pessoas a mais nas imediações do Copan. Nesse espaço encontram-se igrejas, padarias, loja de roupas, vídeo locadoras e restaurantes. No caso, esses são os espaços de descontração que o edifício proporciona.
Em uma das muitas visitas que fizemos ao Copan, entrevistamos o professor de filosofia da UniABC, Chico Pinheiro. Ele destaca a diferença entre o projeto de Oscar Niemeyer dos empreendimentos imobiliários de hoje em dia. “Os prédios construídos atualmente são pequenos e mais parecidos com o ambiente de trabalho. Dessa forma não promovem a interação entre seus moradores, e por isso as pessoas vivem mudando de casa”, diz o professor, que completa: “já o Copan foi feito (devido à interação dos moradores no térreo e os apartamentos dos blocos A, C, e D, que possuem espaços de até 230m2) de uma forma na qual resgata a civilidade das pessoas”, acrescenta Chico, sobre o sucesso do Edifício.
Entretanto, o Copan deixa a desejar em dois quesitos: lazer e cultura. No que tange ao lazer dos moradores, o terreno ao lado do edifício, onde hoje se encontra o prédio do banco Bradesco, era o espaço que a princípio Niemeyer utilizaria para a construção de uma área de lazer para os moradores. Não obstante, isso não aconteceu. Ou seja, ou os condôminos procuram lazer em outras localidades ou não fazem nada – a não ser consumir os produtos vendidos nas lojas presentes no térreo do edifício.
No que diz respeito à cultura, o Copan também fica devendo. Isso acontece porque uma parcela pouco significativa da população consome cultura. E como nos dias de hoje a cultura não é vista como algo necessário para o desenvolvimento das pessoas e tão somente como produto de mercado, não há lojas no térreo do edifício que ofereçam esse “produto” aos moradores.
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